Deixa que eu levo
os miúdos à escola
e prometo
combater o vazio
nos olhos deles
a secura nas bocas
dos professores
as lágrimas nos
patamares o frio
no pbx a luz branca
que zumbe no wc
Deixa que eu vou
comprar pão
e prometo
combater o vazio
na boca deles
a secura nos olhos
dos clientes
as lágrimas
na mesa do canto
o frio que sai
do calor da padaria
para o profundo
das casas
Deixa que eu levo
os sorrisos da cidade
à casa dos loucos
que acenam à multidão
Deixa que eu fumo
o teu cigarro
quando for proibido
Deixa que eu faço
amor por ti
direi às mulheres
como estão bonitas
voltarei a casa inteiro
sem poemas
complicados
já te falo do fumo
nas chaminés e
do cheiro a
estrugido
das oito da noite
combaterei a solidão
e as portas fechadas
ninguém faz comida
quando quer morrer
ninguém se faz só
só por fazer
o teu cigarro
quando for proibido
Deixa que eu faço
amor por ti
direi às mulheres
como estão bonitas
voltarei a casa inteiro
sem poemas
complicados
já te falo do fumo
nas chaminés e
do cheiro a
estrugido
das oito da noite
combaterei a solidão
e as portas fechadas
ninguém faz comida
quando quer morrer
ninguém se faz só
só por fazer
PG-M 2017
fonte da foto

Sem comentários:
Enviar um comentário