2015-11-15

Pletora (noite pátria)


Ó silêncio da manhã, névoa eterna, noite
pátria, este biombo que as lágrimas tomam
será o meu escudo e o medo a montada
das veredas ínvias aos campos abertos
onde juram sangue as almas penadas
vazias de força tapadas de fome
de si e de luz e de esperança e comidas
de tempo e da honra e da voz e de nós
como gente, o golpe é de braço em abraço
sem conta ou limite que não do amor,
Ó silêncio da manhã, névoa eterna, noite
pátria, mesmo que de um colo frágil parta
a branda luminância desta espada,
mesmo que da humanidade o torpor,
cindirei a fera em duas
uma parte de esquecer
outra parte de lembrar
e o sangue

o sangue
exangue

PG-M 2012

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