Marion perfeita, como nunca.
Este é um alerta urgente e essencial para
cinéfilos, já que de nada vos vale cruzar o imdb com o metacritic, neste
caso. Já aqui tenho escrito que eu já era fã da Marion Cotillard antes
do merecido óscar por "La Môme" (não foi merecido, foi obrigatório).
Vi-a
dispersar-se um bocadinho em Hollywood e em inglês. Mas também a fui
vendo reencontrar-se com a grande actriz que é. Bom, não é grande, é
maior. Mas nunca tinha visto tudo o que gosto nela, ponto
por ponto, luz por luz, sombra por sombra, num só filme. Esse filme é,
no original, "Mal de Pierres", que em português ficou com o título
lamechas "Um instante de amor", mas é tudo menos isso (não é lamechas,
nem o amor, neste filme, pode ser visto como um instante). É um filme
completo e até algo inesperado. Acima de tudo, é o Olimpo para Marion, é
um festival de Marion, totalmente esquecido pela academia americana,
mas amplamente nomeado para os Césares (melhor actriz, claro, mas também
a excelente realização de Nicole Garcia, entre outras nomeações), para a
Palma d'Ouro, em Cannes, etc, etc.Quando penso que andam aí com La La
La para cá, La La La para lá, e filmes como estes se perdem no ruído.
Como diria a minha amiga Ana Saramago,
com o seu hardcore fofo, La La La o c.! Marion forever, isso pode ser
debruado a ouro! Não percam, sim? E depois digam se tenho ou não razão
Ps: recordo o que escrevi em 2008:
Ps: recordo o que escrevi em 2008:
"Antes que o Óscar te queime a substância querubim de incêndios dourados, Antes que venham os iluminados decidir que a tua excelência não se pode consentir (o que raio é o overacting?), afinal tens toda uma pátria aos pés, e agora o mundo, e eu, este anónimo que teima em ver as estrelas de frente, as do céu não as caídas do cinema, e que desde o minuto um, depois de ter ver possessa de Piaf, aquele minuto em que desembrulhamos o corpo da magia do cinema e nos levantamos do lugar, calcamos as pipocas sobre a alcatifa e declaramos, já com a luz branca do shopping a surgir pela porta
- Magnífico!
Repara que eu nem sequer sabia que tu eras uma menina quando te vi levar "La Môme" até à morte, só podias ser uma actriz francesa consagrada que a selecção de Hollywood não tinha deixado chegar, depois procuro-te e sei que és bonita não complexa como Piaf, és elegante, mesmo olímpica, não mirrada como Piaf, és transparente e não negra como Piaf, vejo o filme de novo e ainda fico pior, mais inquieto, será que o Cinema vai deixar passar este monumento em claro?
Não deixou.
Ganhaste em casa o César, o improvável Bafta na Britânia e agora o universal Óscar, e mais quinze ou dezasseis prémios todos merecidos.
O que fizeste no "La Môme" ("La vie en Rose" em Portugal) é inefável. Tremendo.Não sei para onde vais, Marion, gostava que não fosses a lado nenhum de especial, mas a verdade é que, do ponto de vista divino, já és deusa, e nunca se é deusa cedo demais.Ficas para sempre, gostava apenas que ficasses mais um pouco e não fosses Monroe, Dean, Phoenix ou Ledger.
Hoje fui buscar a minha bisavó Germaine Lechartier, lá acima às memórias de um impreciso noroeste francês, para dar sentido ao meu sangue que fervilha como se fosses cá de casa."
PG-M 2017
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