cada mulher, agora, ao fim da tarde,
a aparecer aos galeões como outra
musa
com os filhos sugeridos nos rochedos
e o sangue nas fissuras
onde os homens colherão
nenhum poema
só poetas com os dedos nas bainhas
e a ameaça permanente do abismo
caiam vivos como mortos
nessas falhas vesperais
dão gargantas maternais
ao infinito
porque há sempre uma mulher ao fim da tarde
é a mãe que te limpa sangue e lama
água quente, tristeza, desespero
é a mão que te abafa cada olhar
muito antes de as pálpebras fecharem
e a morte abrir
PG-M 2012
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